De mais a mais exteriorizado, o homem se vai tornando autômato; não mais vive pela alma; o tropel das ocupações fora de casa e, em casa, o jornal, o telefone, o rádio, tudo conspira para retirar-lhe as possibilidades de reflexão, de meditação; tudo tende a despersonalizá-lo, a fazê-lo pensar e sentir com a "massa", a afundá-lo na mais baça monotonia. Quem hoje conquista um minuto de silêncio? Não digo de silêncio material – já cada vez mais difícil de estabelecer aliás, no bulício das grandes cidades – digo de silêncio interior; não o ensimesmar-se num narcisismo autófago, mas antes o puro recolhimento onde a alma silente percebe que Alguém a espera e entreouve o divino sussurro: "Eis que estou à porta e bato".
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